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quarta-feira, 24 de junho de 2015

[Teatro] Nham Nham: Um Delicioso Musical, de Claudio Hochman


Título: Nham Nham: Um Delicioso Musical
Texto: Claudio Hochman
Encenador(a): Claudio Hochman
Elenco: Ana Rita Franco, Andreia Rodrigues, Catarina Vargas, Célias Celas, Christophe Santos, Flávio Jovchelevitch, Gonçalo Beja, Henrique Laurentino, Margarida Silva, Sofia Assis, Soraia Tavares, Tânia Lopes, Teotónio Vernardo
Coreografias: Bruno Cochat
Composições/Direcção Musical: Carlos Garcia
Desenho de Luzes: Alexandre Costa e Claudio Hochman
Músicos: Alexandre Alves (bateria), Cícero Lee (baixo/contrabaixo), Carlos Garcia (piano), João Capinha (saxofone), Tiago Oliveira (guitarra)
Coprodução: Academia INATEL/Teatro da Trindade INATEL (no âmbito das Comemorações 80 anos da INATEL)

Sinopse:
NHAN NHAM – Um delicioso musical, é um puzzle onde se refletem situações que sucedem diariamente num restaurante. Atitudes, comportamentos, vícios, condutas estabelecidas, hábitos, costumes. Um restaurante como espelho da vida, um espaço recortado onde aparecem os mais delirantes episódios, encontros e desencontros frente a frente com um prato de comida pelo meio.

NHAN NHAM é um musical criado de raiz com a entrega e trabalho de um elenco de formandos –intérpretes do Curso de Teatro Musical da Academia INATEL, com a ajuda do corpo docente, constituindo o primeiro espetáculo deste curso.

Opinião Carla:
Se seguem o blog, sabem o quanto fiquei fã das encenações de Claudio Hochman. Esta é, se não estou em erro, a quarta peça que assisto e não desiludiu, antes pelo contrário: subiu ainda mais a fasquia. Confesso que não tinha conhecimento desta peça até a Joana me falar nela, precisamente porque era encenada por Hochman. Decidimos imediatamente ir – não podíamos faltar, porque seria, seguramente, um momento extraordinário e muito divertido.

E não nos enganamos. Nham Nham: Um Delicioso Musical é o resultado de um curso para actores, organizado pela Academia da INATEL, em que eram não só formados em interpretação, mas também como em canto, dança, improvisação, composição e até escrita da peça. Foram os actores, juntamente com os seus professores, que produziram – de raiz – esta peça, em todos os aspectos possíveis. E o trabalho ficou extraordinariamente bem feito.

Começo por dizer que a música era ao vivo. Extraordinários músicos que estavam no canto esquerdo do palco, acompanhando todos os momentos musicais – e não só – da peça. Esta, num resumo muito inglório, descreve várias peripécias dentro de um restaurante, mas não só. Ela é também meta-teatral, referindo-se a ela própria; construindo-se à frente dos nossos olhos.

Todos os actores, sem excepção, estiveram lindamente. Representações impecáveis. Vozes extraordinárias. Um cenário simples, mas perfeito e que se ia construíndo e moldando à nossa frente. Nunca me ri tanto numa peça como em Nham Nham. Vieram-me as lágrimas aos olhos de tanto rir.

É uma crítica pequenina porque não me sinto à altura do trabalho extraordinário que fizeram. Um trabalho verdadeiramente profissional, que tem mérito não só cá, no nosso pequenino país, à beira mal plantando, como em todo o mundo. Um musical cheio de vida, de boa música e boas representações. Muitos parabéns a estes homens e mulheres que criaram um espectáculo que encheu a alma.

Temos talento em Portugal. Temos coisas boas feitas por portugueses. Temos lugares tão bonitos como o Teatro da Trindade. Apostem na cultura. Apostem na cultura de Portugal e por portugueses.

Estava reticente a dar as 5 estrelas, porque normalmente guardo essa classificação para "coisas do outro mundo", mas Nham Nham: Um Delicioso Musical merece. Merece pelo esforço e dedicação de todos. Merece pelo trabalho de cada um. Merece pelo talento. Merece pela diversão. Merece pela qualidade.




Opinião Joana:
Começo por dizer que sempre adorei musicais e este teatro apelava a mim por várias razões, entre elas exactamente o facto de ser teatro musical, ser do Claudio Hochaman e ter uma pessoa que conheço na peça – e só tenho a agradecer porque foi através dela que soube desta peça! :)

Este teatro passa-se num restaurante e, dentro da própria peça, os actores estavam a fazer audições para os papéis de uma peça num restaurante, discutiam que cenas deveriam fazer parte, etc. Foi muito interessante de ver.

Gostei bastante das músicas, que foram em parte escritas pelos actores e pelo director musical, gostei que eles tivessem tido uma parte activa na construção da peça, isto é, não lhes foi dado um guião e “decorem isto”, não, eles sabiam que era uma peça passada num restaurante e o resto era desenvolvido por eles, foram eles que criaram em grande parte as cenas que estavam a representar.

Vimos caras conhecidas, como o Chris Santos (aka o Merlin de Rei Artur), e caras novas, que mostraram o seu talento pela primeira vez.

Acho que o público gostou especialmente desta peça porque retracta situações caricatas que ocorrem todos os dias por restaurantes em todo o mundo, desde o cliente mais picuinhas ao mais indeciso, ao que não dá gorjeta e ao que é mais ignorado simplesmente porque pode não estar tão elegante quanto o restaurante deseja num cliente – mostrava a realidade.

Recomendaria vivamente que fossem ver, não fosse esta peça já ter saído de cena: esteve (apenas) durante sete dias no Teatro da Trindade. Em suma, um tempo bem passado, com situações que todos reconhecemos, com músicas bem construídas, um cenário simples de mesas, cadeiras, copos, pratos e talheres, que serviam como elementos músicas a acompanhar a banda ao vivo.

Só tenho a dar os meus parabéns aos actores, directores, e todos participantes de curso de teatro musical da Academia Inatel. Como a Carla diz, e também foi dito na conversa pós-teatro que se teve entre o público, os actores, os directores do curso, etc, a cultura tem valor e a nossa cultura portuguesa passa muito pelo teatro, o nosso teatro que é tão bom, que merece ser valorizado. É continuar no bom caminho, com produções que verdadeiramente mostram o quão bons são os nossos actores.


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