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sábado, 28 de fevereiro de 2015

[Filme] Letter from an Unknown Woman, de Max Ophüls


Título Original: Letter from an Unknown Woman
Título em Português: Carta de Uma Desconhecida
Realização: Max Ophüls
Argumento: Howard Koch (screenplay) e Stefan Zweig (livro)
Elenco Principal: Joan Fontaine, Louis Jourdan, Mady Christians
Ano: 1948 | Duração: 86 mins

Sinopse:
Uma jovem austríaca apaixona-se pelo seu novo vizinho, um pianista de concerto. Mas, quando têm a oportunidade de estar juntos, as coisas não correm exactamente como ela desejava...


Opinião:
Tal como o livro de que foi adaptado este filme, vi-o no âmbito de uma cadeira da faculdade, que de outra forma não teria conhecimento da sua existência - com muita pena minha.

Temos aqui a adaptação do conto homónimo de Stefan Zweig (que podem ler a minha opinião aqui.) por mão de Max Ophüls, um realizador alemão. Alguns pormenores da história foram alterados, o que a meu ver foi bastante inteligente, po que deu outra dimensão ao filme. Sendo que ler uma carta (em meio escrito, diga-se) é fácil manter o anonimato e criar todo um ambiente interessante quando se lê a carta de uma mulher da qual não se sabe o nome, não se sabe a cor do cabelo, a cor dos olhos - não se sabe nada. Agora, passar isso para o meio do cinema - onde temos imagem e som - torna-se complicado e é preciso ter cuidado. Max Ophüls fê-lo com mestria, criando ainda mais algumas camadas interessantes à história.

No filme desde o primeiro momento temos o nome da personagem feminina - Lisa - e vemo-la, quebrando a barreira do anonimato da sua identidade para nós, espectadores, pondo-nos numa situação privilegiada em relação ao destinatário da carta, quando no conto de Zweig estamos tanto na ignorância como ele.

No entanto, confesso que gostei demasiado do conto para me conseguir despegar completamente da ideia principal da história de Zweig – em que me sentia no mesmo papel que o destinatário da carta, ele que viveu aqueles momentos estava tão ignorante em relação ao que lia como o leitor do conto, mas ao mesmo tempo gosto da ideia de Ophüls em que coloca o espectador, como já referi, com mais informação que as próprias personagens.

Resumindo, gostei bastante desta adaptação porque conseguiu criar em mim algumas espectativas que não tinham surgido com a leitura do conto.


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

[Livro] Duas irmãs, um duque, de Eloisa James


Título Original: The Duke is Mine
Título em Português: Duas irmãs, um duque
Série: Fairy Tales #3
Autor(a): Eloisa James
Editora: Quinta Essência
Páginas: 368
Data de Publicação: 01 de Agosto de 2014

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Sinopse:
Ele procura a noiva perfeita…
Ele é um duque em busca da noiva perfeita.
Ela é uma senhora… mas está longe de ser perfeita.
Tarquin, o poderoso duque de Sconce, sabe perfeitamente que a decorosa e elegantemente esguia Georgiana Lytton dará uma duquesa adequada. Então, porque não consegue parar de pensar na sua irmã gémea, a curvilínea, obstinada e nada convencional Olivia? Não só Olivia está prometida em casamento a outro homem, como o flirt impróprio, embora inebriante, entre ambos torna a inadequação dela ainda mais clara. Decidido a encontrar a noiva perfeita, ele afasta metodicamente Olivia dos seus pensamentos, permitindo que a lógica e o dever triunfem sobre a paixão... Até que, na sua hora mais sombria, Quin começa a questionar-se se a perfeição tem alguma coisa a ver com amor. Para ganhar a mão de Olivia ele teria de desistir de todas as suas crenças e entregar o coração, corpo e alma... A menos que já seja demasiado tarde.

Opinião:

Eloisa James é uma autora com uma predilecção por contos de fada. Neste livro, há pequenas referências ao conto “a princesa e a ervilha”, de Hans Christian Andersen.

Uma das coisas que mais gostei foi a evolução da personagem de Georgiana, a irmã gémea da personagem feminina principal, Olivia. Passamos o livro quase todo a pensar que ela apenas faz o que os pais mandam e no fim temos uma reviravolta que nos mostra a mulher forte que Georgiana sempre foi.

Olivia é uma personagem com a qual se cria uma empatia imediata, com um humor pouco comum e divertido, que alivia as cenas que poderiam ser mais dramáticas devido aos acontecimentos da vida do duque de Sconce, Tarquin (Quin para os amigos).

Desde que nasceu que Olivia está prometida ao futuro duque de Montsurrey, Rupert. Acabamos por gostar muito deste jovem que, apesar dos seus problemas, mostra um sentido de honra e uma visão do mundo que muitos gostariam de ter.

Com um toque de diversão ao longo de toda a história, Eloisa transporta-nos para um mundo de aristocracia onde o desejo e o amor se unem, com um toque de interesse por ciências e química, que acaba por atrair o leitor.

Recomenda-se para uma leitura leve e atraente, com diversão e ternura entre irmãs e entre casais que nos faz estar agarrados até ao fim.


• Milagre de Amor (Fairy Tales #2) (Joana)
• Duas irmãs, um duque (Fairy Tales #3) (Joana)
• The Ugly Duchess (Fairy Tales #4) (Joana)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

[Passatempo] Vencedores do Especial 100 Likes


Antes de mais nada, queremos agradecer a tod@s @s que fizeram like na nossa página no facebook e que seguem o blog. Somos ainda um blog pequeno e recente o que torna a vossa adesão surpreendente para nós as duas. Muito obrigada!

Passando para o assunto que nos trouxe aqui. Tal como estava explicado no post do passatempo, o/a vencedor/a será escolhido/a através do random.org. Tivemos 23 participações, todas elas válias.



A vencedora é Inês Eugénia Soares Pereira
PARABÉNS!

A Inês irá receber o DVD de Chocolate, tal como indicou no questionário. Vamos enviar-te um email, fica atenta porque tens 48 horas para responder com os teus dados para que possamos enviar-te o prémio. Caso não obtenhamos nenhuma resposta, iremos escolher novo vencedor.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

[Maratona Literária #1] Resultados

Estivemos as duas a participar numa Maratona Literária no Goodreads, organizada pelo grupo Maratonas Literarias (têm tambem página no facebook que podem aceder aqui.) Esta maratona decorreu entre os dias 9 e 23 de Fevereiro e tinha como tema o Carnaval e o Dia de São Valentim, por isso livros relacionados com esses temas valiam a dobrar. 

Decidimos partilhar com vocês o nosso desempenho nesta maratona e vamos colocar os links de reviews que já estejam disponiveis no blog e podem, também, ter um vislumbre das reviews que serão colocadas no futuro. 

Este tipo de post será comum aqui no blog, sempre que uma das autoras, ou as duas, como neste caso, participe numa Maratona Literária.


Resultados Carla:
  • A Casa Tellier, de Guy de Maupassant (42 págs)
  • A Carta de Uma Desconhecida, de Stefan Zweig (2 x 63 = 126 págs)
  • The Statistical Probability of Love at First Sight, de Jennifer E. Smith (2 x 111 = 222 págs)
    • TOTAL: 390 págs

Resultados Joana:
    • TOTAL: 382 pág

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

[Óscares 2015] Vencedores


Esta madrugada decorreu a 87ª Cerimónia da entrega dos Óscares e não houve grandes surpresas no que toca a vencedores, o que vem a ser normal nos últimos anos, tendo em conta a quantidade imensa de prémios que são entregues antes dos Óscares. Nos últimos anos os Óscares tornaram-se previsíveis. Podem encontrar aqui a lista dos vencedores, com os links directos às nossas opiniões. O que acharam? Foram merecidos ou acham que alguns foram sobrevalorizados?

And the Oscar goes to...

Melhor Filme:
  • American Sniper
  • Birdman [Carla]
  • Boyhood
  • The Grand Budapest Hotel
  • The Imitation Game [Carla e Joana]
  • Selma
  • The Theory of Everything [Joana]
  • Whiplash

Melhor Realizador:
  • Wes Andersin (The Grand Budapest Hotel)
  • Alejandro González Iñárritu (Birdman) [Carla]
  • Richard Linklater (Boyhood)
  • Bennett Miller (Foxcatcher)
  • Morton Tyldum (The Imitation Game) [Carla e Joana]

Melhor Actor Principal:
  • Steve Carell (Foxcatcher)
  • Bradley Cooper (American Sniper)
  • Benedict Cumberbatch (The Imitation Game) [Carla e Joana]
  • Michael Keaton (Birdman) [Carla]
  • Eddie Redmayne (The Theory of Everything) [Joana]

Melhor Actriz Principal:
  • Marion Cotillard (Two Days, One Night)
  • Felicity Jones (The Theory of Everything) [Joana]
  • Julianne Moore (Still Alice)
  • Rosamund Pike (Gone Girl)
  • Reese Witherspoon (Wild)

Melhor Actor Secundário:
  • Robert Duvall (The Judge)
  • Ethan Hawke (Boyhood)
  • Edward Norton (Birdman) [Carla]
  • Mark Ruffalo (Foxcatcher)
  • J.K. Simmons (Whiplash)

Melhor Actriz Secundária:
  • Patricia Arquette (Boyhood)
  • Laura Dern (Wild)
  • Keira Knightley (The Imitation Game) [Carla e Joana]
  • Emma Stone (Birdman) [Carla]
  • Meryl Streep (Into The Woods) [Joana]

Melhor Argumento Original:
  • Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr. e Armando Bo (Birdman) [Carla]
  • Richard Linklater (Boyhood)
  • E. Max Frye e Dan Futterman (Foxcatcher)
  • Wes Anderson e Hugo Guinness (The Grand Budapest Hotel)
  • Dan Gilroy (Nightcrawler)

Melhor Argumento Adaptado:
  • Jason Hall (American Sniper)
  • Graham Moore (The Imitation Game) [Carla e Joana]
  • Paul Thomas Anderson (Inherent Vice)
  • Anthony McCarten (The Theory of Everything)
  • Damien Chazelle (Whiplash)

Melhor Filme de Animação:
  • Big Hero 6
  • The Boxtrolls
  • How To Train Your Dragon 2
  • Song of the Sea
  • The Tale of the Princess Kaguya

Melhor Filme Estrangeiro:
  • Ida (Polónia)
  • Leviathan (Rússia)
  • Tangerines (Estónia)
  • Timbuktu (Mauritânia)
  • Wild Tales (Argentina)

Melhor Documentário em Longa-Metragem:
  • Citizenfour
  • Finding Vivian Maier
  • Last Days in Vietnam
  • The Salt of the Earth
  • O Sal da Terra

Melhor Documentário em Curta-Metragem:
  • Crisis Hotline: Veterans Press 1
  • Joanna
  • Our Curse
  • The Reaper (La Parka)
  • White Earth

Melhor Curta-Metragem:
  • Aya
  • Boogaloo and Graham
  • Butter Lamp
  • Parvaneh
  • The Phone Call

Melhor Animação em Curta-Metragem:
  • The Bigger Picture
  • The Dam Keeper
  • Feast
  • Me and My Moulton
  • A Single Life

Melhor Banda Sonora Original:
  • Alexandre Desplat (The Grand Budapest Hotel)
  • Alexandre Desplat (The Imitation Game) [Carla e Joana]
  • Hans Zimmer (Interstellar)
  • Gary Yershon (Mr. Turner)
  • Jóhann Jóhannsson (The Theory of Everything) [Joana]

Melhor Canção Original:
  • "Everything Is Awesome" — Shawn Patterson (The Lego Movie)
  • "Glory" — John Stephens e Lonnie Lynn (Selma)
  • "Grateful" — Diane Warren (Beyond the Lights)
  • "I'm Not Gonna Miss You" — Glen Campbell e Julian Raymond (Glen Campbell: I'll Be Me)
  • "Lost Stars" — Gregg Alexander e Danielle Brisebois (Begin Again)

Melhor Edição de Som:
  • Alan Robert Murray e Bub Asman (American Sniper)
  • Martin Hernández e Aaron Glascock (Birdman) [Carla]
  • Brent Burge e Jason Canovas (The Hobbit: The Battle Of The Five Armies)
  • Richard King (Interstellar)
  • Becky Sullivan e Andrew DeCristofaro (Unbroken)

Melhor Mistura de Som:
  • John Reitz, Gregg Rudloff e Walt Martin (American Sniper)
  • Jon Taylor, Frank A. Montaño e Thomas Varga (Birdman) [Carla]
  • Gary A. Rizzo, Gregg Landaker e Mark Weingarte (Interstellar)
  • Jon Taylor, Frank A. Montaño e David Lee (Unbroken)
  • Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley (Whiplash)

Melhor Direcção de Arte:
  • Adam Stockhausen e Anna Pinnock (The Grand Budapest Hotel)
  • Maria Djurkovic e Tatiana Macdonald (The Imitation Game) [Carla e Joana]
  • Nathan Crowley e Gary Fettis (Interstellar)
  • Dennis Gassner e Anna Pinnock (Into The Woods) [Joana]
  • Suzie Davies e Charlotte Watts (Mr. Turner)

Melhor Fotografia:
  • Emmanuel Lubezki (Birdman) [Carla]
  • Robert Yeoman (The Grand Budapest Hotel)
  • Łukasz Żal e Ryszard Lenczewski (Ida)
  • Dick Pope (Mr. Turner)
  • Roger Deakins (Unbroken)

Melhor Edição:
  • Joel Cox e Gary D. Roach (American Sniper)
  • Sandra Adair (Boyhood)
  • Barney Pilling (The Grand Budapest Hotel)
  • William Goldenberg (The Imitation Game) [Carla e Joana]
  • Tom Cross (Whiplash)

Melhor Efeitos Visuais:
  • Dan DeLeeuw, Russell Earl, Bryan Grill e Dan Sudick (Captain America: The Winter Soldier)
  • Joe Letteri, Dan Lemmon, Daniel Barrett e Erik Winquist (Dawn of the Planet of the Apes)
  • Stephane Ceretti, Nicolas Aithadi, Jonathan Fawkner e Paul Corbould (Guardians of the Galaxy)
  • Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher (Interstellar)
  • Richard Stammers, Lou Pecora, Tim Crosbie e Cameron Waldbauer (X-Men: Days of Future Past )

sábado, 21 de fevereiro de 2015

[Filme] Caminhos da Floresta, de Rob Marshall


Título Original: Into the Woods
Título em Português: Caminhos da Floresta
Realização: Rob Marshall
Argumento: James Lapine
Elenco Principal: Meryl Streep, Anna Kendrick, Chris Pine
Ano: 2014 | Duração: 125min

Sinopse:
“Caminhos da Floresta” é uma abordagem moderna dos adorados contos dos irmãos Grimm, combinando os enredos de algumas histórias de eleição e explorando as consequências dos desejos e feitos das personagens. Este musical bem-humorado e emocionante acompanha os contos clássicos de Cinderela (Anna Kendrick), o Capuchinho Vermelho (Lilla Crawford), João e o Pé de Feijão (Daniel Huttlestone) e Rapunzel (MacKenzie Mauzy), unidos numa história original que envolve um padeiro e a sua mulher (James Corden e Emily Blunt), o seu desejo de iniciar uma família e a sua interação com a bruxa (Meryl Streep) que os amaldiçoou.

Opinião:

Com uma banda sonora impressionável, Caminhos da Floresta é um filme da Disney que nos traz ao cinema a magia dos musicais da Broadway. Com um elenco de bons actores como Meryl Streep, Johnny Deep e Anna Kendrick, entre outros, o filme vai repescar alguns contos de fadas dos irmãos Grimm.

Uma das partes que mais gostei do filme (por mais macabro que possa parecer) foi terem mostrado o corte do dedo grande do pé de uma das irmãs da Cinderella e o calcanhar de outra – ainda que o corte não tenha sido directamente visualizado -, como no conto original (não é spoiler dado que os contos são do século XIX).

Os príncipes são dois pãezinhos sem sal, como nós víamos nos primeiros filmes da Disney (anos 30, 40, e 50). Gostei da frase “ I was raised to be charming, not sincere” exactamente pela sua sinceridade e pelo quanto os príncipes da Disney (não todos, é claro) se enquadram nesta categoria.

Meryl Streep, como sempre, com uma performance fantástica no papel de bruxa. Se há alguém que fica bem com cabelo azul, é ela!

Johnny Deep está um pouco ofuscado, acho que como lobo podia ter trazido mais à sua personagem.

Tinha grandes expectativas, acho que não atingiu o esperado mas, no entanto, foi um bom filme de entretenimento, que poderia ter desenvolvido muito mais as histórias individuais de cada personagem, os seus contos, diga-se.

Em resumo, um musical da Disney com características muito próprias e uma twist que nos deixa com a mensagem final “Careful what you wish for” mas que, para mim, é mais “Magic always comes with a price”, e todos temos de aprender a lidar com as consequências das nossas acções.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

[Livro] A Carta de Uma Desconhecida, de Stefan Zweig


Título Original: Brief einer Unbekannten
Título em Português: A Carta de Uma Desconhecida
Série: --
Autor(a): Stefan Zweig
Editora: A Esfera dos Livros
Páginas: 63
Data de Publicação: 2008

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Sinopse:
Era o dia do seu quadragésimo aniversário e o conhecido romancista R. recebia, entre a habitual correspondência, uma misteriosa carta. Escrita à pressa, com letra de mulher, duas dúzias de páginas de uma confissão que começava assim: «Para ti que nunca me conheceste». Um relato dramático de uma mulher que ama, desesperadamente, um homem incapaz de amar alguém. Carta de uma Desconhecida é um dos mais aclamados livros de Stefan Zweig que traça um profundo retrato psicológico de uma mulher que amou sem ser amada. Uma relíquia literária onde o autor austríaco descreve com mestria os sentimentos humanos e o drama das suas contradições

Opinião:
Li este livro no âmbito de uma cadeira na faculdade, porque de outra forma nunca teria conhecimento da sua existência, e ainda bem.

Em Carta de Uma Desconhecida, de Stefan Zweig lemos, como o próprio nome indica, a carta de uma mulher, que não se identifica, ao homem que sempre amou e que nunca a conheceu. A relação não é assim tão distante como parece. Eles têm alguns contactos, mas ele nunca a reconhece nas poucas ocasiões em que se encontram. No entanto, ela nunca o deixa de amar.

Parece uma premissa estranha, mas Zweig completou a tarefa com mestria. Os sentimentos desta mulher estão tão visíveis nestas páginas que é impossível ficar indiferente. Esta mulher desconhecida transborda das páginas e deixa-nos com o coração nas mãos. Ficamos agarrados às suas palavras, mas tal como o destinatário da carta nunca sabemos o seu nome, nem como ela é. A mulher é as palavras, e unicamente as palavras escritas nesta carta.

É um livro intenso que toda a gente deveria ler e deixar-se perder dentro destas páginas.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

[Filme] Birdman, de Alejandro González Iñárritu


Título Original: Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)
Título em Português: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Realização: Alejandro González Iñárritu
Argumento: Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Armando Bo
Elenco Principal: Amy Ryan, Edward Norton, Emma Stone, Michael Keaton, Naomi Watts, Zach Galifianakis
Ano: 2014 | Duração: 119 mins

Sinopse:
Uma comédia de humor negro que conta a história de um ator, famoso por ter interpretado um super-herói icónico, e que agora planeia montar uma peça de teatro numa tentativa de recuperar os seus tempos de glória. Nos dias que antecedem a noite de abertura, o ator - Riggan Thomson - luta contra o seu ego e tenta recuperar a sua família, a sua carreira, e a si próprio.

Opinião:
Birdman está nomeado para 9 Óscares: Melhor Filme, Melhor Actor Principal, Melhor Actor Secundário, Melhor Actriz Secundária, Melhor Cinematografia, Melhor Realizador, Melhor Edição de Som, Melhor Mistura de Som e Melhor Argumento Original.

Para dizer a verdade, nem sei o que dizer em relação a este filme. Definitivamente o trabalho de actor – quer estejamos a falar de Michael Keaton, Edward Norton, Emma Stone ou qualquer outro – é soberbo, disso não tiro o crédito, mas achei o filme em si pobre. Alguns temas abordados no filme são interessantes, mas há demasiadas cenas repetitivas, o que, de certa forma, torna o filme desinteressante. Fiquei desiludida com o filme e achei algumas partes bastante aborrecidas.

Se este filme ganha algum Óscar como Melhor Filme ou Melhor Argumento Original vou ficar terrivelmente chateada, porque não acho que seja justo. Parece-me um daqueles filmes que tenta demasiado parecer mais do que aquilo que é. É uma comédia de humor negro que pode até ser algo interessante, mas parece-me um filme demasiado pretensioso. Quer ser mais do que aquilo que realmente é.

Não consegui criar qualquer tipo de empatia em relação a nenhuma das personagens. Não consegui, de todo, ligar-me ao filme, senti que me passou completamente ao lado. Não porque não estivesse com atenção, mas porque não houve conecção. Possivelmente, o que melhor retive do filme foi a constante repetição de uma sequência de bateria que se ouvia em determinados momentos do filme. Que, diga-se, é terrivelmente pouco para um filme nomeado para Melhor Filme ou Melhor Argumento Original, em particular. São duas horas que não atingem os mínimos para satisfazer nem no sentido de enterternimento nem no sentido de “food for thought”. Assim que terminei de ver o filme, o que senti foi… vazio, porque não me deu nada em troca.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

[Filme] The Imitation Game, de Morten Tyldum


Título Original: The Imitation Game
Título em Português: O Jogo da Imitação
Realização: Morten Tyldum
Argumento: Graham Moore (screenplay) e Andrew Hodges (livro)
Elenco Principal: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode
Ano: 2014 | Duração: 114 mins

Sinopse:
Durante o inverno de 1952, as autoridades britânicas entraram na casa do matemático, criptoanalista e herói de guerra Alan Turing para investigar um assalto. Em vez disso, prenderam Turing por atentado ao pudor, uma acusação que levaria à sua devastadora sentença pela ofensa criminal de homossexualidade - mal sabiam as autoridades que estavam a incriminar o pioneiro da computação moderna. Na liderança de um grupo de académicos, linguistas, campeões de xadrez e analistas, Turing foi reconhecido por quebrar o até aí indecifrável código da Enigma, a máquina utilizada pelos alemães na Segunda Guerra Mundial.

Opinião:
The Imitation Game é um dos filmes na corrida aos Óscares em 8 categorias: Melhor Filme, Melhor Actor Principal, Melhor Actriz Secundária, Melhor Realizador, Melhor Edição, Melhor Banda Sonora Original, Melhor Direcção de Arte e Melhor Argumento Adaptado.

Confesso que a história por detrás da estória deste filme me era totalmente desconhecida. O filme é sobre Alan Turing, o homem que descodificou Enigma - a máquina que os alemães usavam para comunicar durante a Segunda Guerra Mundial, máquina esta que todos achavam ser indecifrável. Turing era um matemático extraordinário e pioneiro, algo arrogante e difícil de lidar. A máquina que criou para descodificar as mensagens alemãs foi o embrião do que hoje chamamos de computador.

Em relação à minha opinião sobre o filme, vou tentar falar ser dizer muito sobre a estória do filme porque se há coisa que odeio é levar acidentalmente com spoilers nas reviews. Eu gosto de ver os filmes e não os ver resumidos numa review.

Sendo assim, tenho a dizer que fiquei maravilhada com este filme. A performance de Benedict Cumberbatch é extraordinária e digna de nomeação para o Óscar. Algumas cenas deixaram-me com o coração das mãos, principalmente no final quando vemos um Turing debilitado devido à forma desumana como foi tratado apenas porque não era "normal". E digo isto com imensa repulsa, porque, neste caso em particular, o normal significava ser heterossexual (entre outras coisas, mas o final é mais centrado nesse aspecto), uma vez que naquela altura era crime ser homossexual.

A banda sonora é particularmente boa e funde-se com a imagem e com a estória de uma forma tão natural que é impossível ficar indiferente, mas ao mesmo tempo quase não se dá por ela - e digo isto no bom sentido. A imagem não "desaparece" na música, nem a música se deixa silenciar pela imagem. Está bastante bem construído, tornando The Imitation Game num grande filme.



~ Podem aceder à review da Joana aqui. ~

sábado, 14 de fevereiro de 2015

[Livro] Sedução nas terras altas, Emma Wildes


Título Original: Seducing the Highlander
Título em Português: Sedução nas terras altas
Série: ---
Autor(a): Emma Wildes
Editora: Planeta
Páginas: 288
Data de Publicação: 07 de Janeiro de 2015

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Sinopse:
Seduzir Ian
Raptada pelo perturbante highland Ian McCray e mantida como prisioneira, Lady Leanna Arlington sente-se aterrorizada, mas o seu captor ajudou-a a fugir de um casamento indesejado. Agora, está nas suas mãos convencer o viril escocês a ficar com ela...

Seduzir Robbie
Julia Cameron está em fuga e procura um protector. O infame Robbie McCray está desesperado para substituir os navios confiscados pelo inimigo inglês. Tudo o que tem a fazer é elaborar um acordo mutuamente satisfatório e peca-minosamente mau...

Seduzir Adain
Quando se depara com uma bela mulher a ser atacada, Adain Cameron espanca e defende a dama. Com os bandidos ele lida com a pistola e espada, mas a linda Lady Gillian Lorin pode exigir um conjunto de armas diferentes…

Opinião:
Este livro da Emma Wildes está dividido em três contos, todos interligados pelas personagens masculinas. Sinceramente, acho que isto foi desde logo um erro porque o livro têm 288 páginas e estando dividido em três é difícil criar um enredo que nos atraia muito.

Vou dividir esta review por cada parte do livro e no fim farei uma apreciação geral e darei uma classificação a cada parte do livro e uma classificação geral.

Livro 1 – Seduzindo Ian
Nesta primeira parte temos a história de Ian McCray e de como este rapta uma jovem e puff, é amor e sexo à primeira vista. Eu gosto de literatura romântica com toques eróticos, e a Emma Wildes costuma ter enredos muito bons que nos fazem gostar das personagens e perceber a história por trás deles, mas neste primeiro conto isso para mim não aconteceu. Ao fim de duas páginas estão na cama e pouco depois estão loucamente apaixonados um pelo outro. Eu que sou romântica por natureza (e gostava de acreditar que se pode gostar de alguém à primeira vista e a partir do conhecimento dessa pessoa o “gostar” pode-se tornar em “amar”) achei que foi uma história pobre pois tem muito de erótico e pouco de história propriamente dita. As cenas amorosas estão bem escritas, como é costume com a autora, apesar da linguagem não ser a que mais me agrada, contudo está de acordo com a personagem masculina.

Leva 2.5 porque gostei da personagem do primo de Ian que, com um sorriso, descobri que era a personagem principal masculina do próximo conto.


Livro 2 - Seduzindo Robbie
Neste conto, como já disse, temos o apaixonar de Robbie McCray pela bela Julia. Este conto já têm um maior desenvolvimento no que toca aos problemas que se entrepõem numa família e já nos conta um pouco mais sobre as personagens ainda que, como no primeiro, saiba-se mais sobre as personagens femininas do que sobre as personagens masculinas, o que é pena, dado que as personagens que mais me interessaram em termos de história pessoal foram mesmo as masculinas.

Mantêm-se as cenas de teor erótico, talvez um pouco em demasia mas menos que no conto anterior e estão bem enquadradas com as suas personagens.

A minha única verdadeira crítica, em termos de história a este conto, é que tenta trazer um pouco de mistério a um conto erótico mas o leitor descobre logo em 2 ou 3 páginas tudo o que aconteceu.


Livro 3 - Seduzindo Adain
Por fim, neste livro temos a história de Adain que, ainda que seja um escocês ligado à família anteriormente falada, não é um McCray.

Aidan é um homem que se sente bastante ferido e sozinho, e é talvez a personagem masculina que melhor conhecemos dado a sua presença no livro anterior. Gostei dele e de Lady Gillian, uma mulher compreensiva e que agia de acordo com o seu passado.

Apesar deste conto não ser (e ainda bem!) como o primeiro, para mim não foi tão bom como o segundo, que foi definitivamente o favorito.


Em geral, e avaliando o livro como um todo, está bem escrito mas falta-lhe algum desenvolvimento no que toca às histórias individuais das personagens e falta um enredo mais complexo para manter até o mais apaixonado leitor agarrado ao livro.



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

[Filme] A teoria de tudo, de James Marsh


Título Original: The theory of everything
Título em Português: A teoria de tudo
Realização: James Marsh
Argumento: Anthony McCarten (screenplay), Jane Hawking (book)
Elenco Principal: Eddie Redmayne, Felicity Jones, Tom Prior
Ano: 2014 | Duração: 123 min

Sinopse:
“A Teoria de Tudo” conta a extraordinária história de uma das mentes mais brilhantes dos nossos tempos, o reconhecido astrofísico Stephen Hawking, e de duas pessoas que, por amor, desafiam todas as probabilidades. O filme, baseado nas memórias “Travelling to Infinity: My Life with Stephen”, de Jane Hawking, é realizado pelo galardoado James Marsh (“Man on Wire”). Em 1963, enquanto estudante de cosmologia na conceituada Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Stephen (interpretado por Eddie Redmayne – “Os Miseráveis”) consegue grandes avanços e está determinado a encontrar uma “simples, eloquente explicação” para o Universo. O seu mundo expande-se quando se apaixona por Jane Wilde (Felicity Jones – “The Invisible Woman”), uma estudante de artes, também em Cambridge. Mas, aos 21 anos, este jovem saudável e ativo recebe um diagnóstico que vai abalar a sua vida: A degeneração dos neurónios motores vai atacar os seus membros e as suas capacidades, deixando-o com limitações de fala e movimento e terminando com a sua vida em dois anos. O amor, apoio incondicional e determinação de Jane são inabaláveis e os dois casam-se. Com a sua esposa a lutar incansavelmente a seu lado, Stephen recusa-se a aceitar o diagnóstico. Jane encoraja Stephen a terminar o seu doutoramento, que inclui a sua teoria inicial da criação do universo. Começam uma família e com o recém conseguido e altamente louvado doutoramento, Stephen embarca no seu mais ambicioso trabalho científico, estudando exatamente aquilo que lhe resta em pouca quantidade – o tempo. Com o seu corpo a enfrentar cada vez mais limitações, a sua mente continua a explorar as fronteiras da física teórica. Juntos desafiam todas as probabilidades, explorando novos caminhos na medicina e ciência, alcançando mais do que alguma vez poderiam ter sonhado – bem para lá do século XXI.

Opinião:
Tinha ouvido falar muito sobre este filme e tinham-me dito que era bastante emotivo. Eu não achei... Sim, tem (breves) momentos momentos fortes mas faltava-lhe qualquer coisa. Deixou-me um pouco desiludida.

É uma boa biografia mas achei que,sendo a Jane a escritora do livro que deu origem a este filme, faltavam perspectivas e aspectos da vida dela para que o espectador percebe-se melhor aquilo porque ela passou.

Eddie Redmayne esteve muito bem, assim como a actriz Felicity Jones. Recomendo o filme para quem queira saber mais sobre a vida do famoso Stephen Hawking.



~ Podem aceder à review da Carla aqui. ~

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

[Filme] Maleficent, de Robert Stromberg


Título Original: Maleficent
Título em Português: Maléfica
Realização: Robert Stromberg
Argumento: Linda Woolverton
Elenco Principal: Angelina Jolie, Elle Fanning, Sharlto Copley
Ano: 2014 | Duração: 97mins

Sinopse:
A história da vilã mais icónica do clássico de 1959 da Disney "A Bela Adormecida" e os elementos da sua traição acabam por lhe transformar o coração puro em pedra. Determinada em conseguir vingança e em proteger o reino da floresta que governa, Maléfica lança uma cruel maldição sobre Aurora, a filha recém-nascida do rei. À medida que a criança cresce, Aurora é apanhada no meio do conflito fervilhante entre o reino da floresta que aprendeu a amar e o reino humano ao qual pertence o seu legado. Maléfica percebe que Aurora pode deter a chave para a paz no reino e vê-se forçada a tomar acções drásticas que irão mudar para sempre os dois mundos.

Opinião:
Como podemos saber pelo título do filme, este trata a história de Maleficent – a bruxa má d’A Bela Adormecida. Temos um pequeno vislumbre da infância e a adolescência da personagem e o que lhe vem a acontecer e que a torna má. Mas… o que vemos é totalmente o oposto do que estamos à espera pela história da Disney. Aqui vemos que na realidade Maleficent não é nada do que pensámos até ao momento. Tenho que admitir que gostei da forma como a história se desenvolve, porque “todo o vilão é o herói da sua própria história”. Ninguém é 100% bom ou 100% mau. E eu gostei disso.

Visualmente o filme é extraordinário. O início, quando conhecemos a Floresta Encantada onde Maleficent mora com todas as outras criaturas mágicas, é deslumbrante. As asas de Maleficent são incrivelmente bonitas e parecem tão reais. Ao longo do filme, o ambiente vai ficando cada vez mais negro e triste na Floresta Encantada, mas todos os momentos em que seguimos Aurora são claros e cheios de cores. Achei o contraste bastante interessante. Tem diversos momentos divertidos, e também muitos momentos tristes e de partir o coração. Uma das cenas que mais me marcou foi quando tiram as asas a Maleficent. Não vêmos a cena em si, mas o que se seguiu foi tão crú e tão directo… A dor que Maleficent sentiu ao acordar e ao se ver sem asas era atroz. Vi aquela cena simbolizando uma violação, em que a vítima é drogada e não se lembra de nada do que se passou, mas tem as mazelas todas presentes no corpo.

No entanto, concordo quando dizem que Maleficent foi um filme feito apenas para a Angelina Jolie e a filha brilharem… Achei a Aurora demasiado apagada, demasiado desinteressante e, sinceramente, não me consegui conectar com ela.

Resumindo: achei o filme interessante. Verei, sem sombra de dúvida, novamente e recomento a quem gosta de fantasia. Que gosta de ver perspectivas diferentes de certas personagens (mesmo que vá contra tudo o que conhecemos destas, mas há que ter a mente aberta) e que gosta de admirar não só a história do filme, mas também os seus aspectos visuais e técnicos.